terça-feira, 2 de agosto de 2011

JORNAL MOVIMENTO, UMA REPORTAGEM



EM BREVE NAS LIVRARIAS!

Quem viveu as trevas políticas dos anos após o AI 5, o trágico desfecho do Congresso da UNE, em Ibiúna, e o recrudescimento da repressão, inclusive sobre o movimento estudantil, conhece de perto o Movimento.

Muitos deixaram o País ou foram simplesmente banidos, outros estavam presos ou integrados à luta armada, alguns desbundaram, vendo nas drogas a única alternativa de negação do status quo. Milhares dos antigos militantes oscilaram entre a depressão e a esperança. Para esses, a leitura do Opinião e, principalmente, do Movimento, a partir de 1975, tornou-se quase uma espécie de militância.

Tratava-se de informar-se, sim. De refletir sobre a realidade brasileira e mundial, também. Mas, especialmente, de sustentar o mínimo espaço de discordância, de negação do autoritarismo, de contestação à ditadura.

Movimento surgiu a partir de um grupo que se insurgiu contra a orientação do jornal Opinião. Sustentado por cerca de 500 acionistas, entre jornalistas, políticos oposicionistas, intelectuais e outros trabalhadores, tinha no Conselho Editorial nomes como os de Alencar Furtado, Audálio Dantas, Chico Buarque de Holanda, Edgar da Mata Machado, Fernando Henrique Cardoso, Hermilo Borba Filho e Orlando Villas Boas. No seu Conselho de Redação estavam Perseu Abramo, Tonico Ferreira, Aguinaldo Silva, Eduardo Suplicy, Elifas Andreatto, Fernando Peixoto, Jean Claude Bernadet, Mauricio Azedo, Francisco Pinto e Raimundo Rodrigues Pereira.

Entre as centenas de pessoas que fizeram o jornal, estão Carlos Nelson Coutinho, Caco Barcelos, Chico Caruso, Duarte Pereira, Guido Mantega, Laerte, Maria Moraes, Maria Rita Kehl, Paulo Cesar Pinheiro, Paul Singer, Ricardo Maranhão, Carlos Azevedo e Rubem Grilo.

O jornal foi censurado desde a primeira edição e a censura abateu-se duramente sobre o Movimento até 1978. Afinal, sua linha editorial era oposição declarada à ditadura militar e de defesa das liberdades democráticas, dos interesses nacionais e da melhoria das condições de vida dos trabalhadores.

Se a censura muitas vezes desfigurava alguma edição, retirando informações fundamentais e comentários e análises importantes da realidade, isso jamais afastou o seu público, que sentia-se indispensável para a manutenção do Movimento.

A trajetória do movimento é agora lançado em livro, um documento indispensável para o entendimento do que foi o mais duro período ditatorial da história do Brasil.

O livro, de 362 páginas, é acompanhado por um DVD com todas as 334 edições publicadas, mais os cadernos especiais.

Uma oportunidade única para conhecer ou rever o jornal que abriu caminho para a frente democrática que derrotou o regime ditatorial.

O livro, produzido com apoio de incentivos fiscais autorizados pelo Ministério da Cultura (Minc) e obtidos junto à Petrobras, é fruto de um ano e meio de trabalho. Foi realizado por uma equipe que pesquisou os arquivos da época, descobriu documentos inéditos e realizou mais de 60 entrevistas. Conta com dezenas de ilustrações e com um caderno de fotos.

O lançamento será no dia 3 de agosto, às 19 horas, no Sebinho de Livros, na SCLN 406 Bloco C Loja 44. Custa R$ 59,00.


Texto de Fernando Tolentino preparado
a partir de informativo para a imprensa distribuído pelos editores.

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