sábado, 2 de outubro de 2010

EIS A CARTA QUE A FOLHA DENUNCIOU


Passados oito anos desde a primeira eleição de Lula para Presidente da República, sinto-me com a consciência tranquila.
Como cidadão porque, conseguindo tê-lo na Presidência por dois períodos, vi que o meu País passou por mudanças significativas, todas elas coerentes com a minha luta de mais de quatro décadas, alcançando conquistas que sustentam uma oposição raivosa, inconformada ao constatar que teria de dividir os benefícios que se acostumaram a acumular durante cinco séculos.
“Dividir?! Estender benefícios?! Como assim?!!!” Pois foi o que fez o governo de Lula, razão da sua admirável popularidade.
Criou 14 universidades federais (o presidente-professor tucano que lhe antecedeu não criou nenhuma em seus oito anos de poder) e tantas outras extensões universitárias, além de várias escolas técnicas. Criou o PROUNI, abrindo vagas em universidades particulares para estudantes carentes. Instituiu o “Luz para Todos” e o “Minha Casa, Minha Vida”. Ampliou o salário mínimo, de pouco menos de US$ 70 para mais de US$ 250. E libertou 28 milhões de pessoas da linha de pobreza. Propiciou a criação de 14 milhões de novos empregos com carteira assinada. Realizou centenas de concursos para fortalecer o serviço público, com o aproveitamento de muitos milhares de brasileiros. Investiu em estradas, em portos, na produção naval, em produção hidrelétrica, no Pré-Sal etc.
Lula criou também o maior programa de distribuição de rendas do mundo. Esse programa propiciou o surgimento de um formidável mercado interno, capaz de promover o desenvolvimento de regiões periféricas e, junto com a suspensão das privatizações (mantendo-se e fortalecendo-se empresas como o Banco do Brasil, a Caixa Econômica, o BNDES e a Petrobras), dar ao Brasil condições de enfrentar a crise econômica mundial. Lula sabia do significado disso e anunciou, sendo intensamente ridicularizado pelas elites e tudo quanto é jornalista que se diz entendido em economia que o Brasil “seria um dos últimos países a entrar na crise e um dos primeiros a sair dela”.
Além disso, sinto-me recompensado porque, ao dar um basta na política do estado mínimo, o governo de Lula estancou o processo de desmonte da Imprensa Nacional e a reconduziu ao lugar destacado que mereceu em já mais de 202 anos de história. Aliás, há oito anos, nenhum dos seus servidores imaginava que, em 2008, o Órgão comemoraria o seu bicentenário.
Pois reassumiu as suas funções, inclusive se fortalecendo, com a modernização da sua área de informática, com a reimplantação do parque gráfico (agora com todos os requisitos de modernidade), com a garantia de boas condições de trabalho, com a quitação dos compromissos com os seus servidores e o respeito pelos trabalhadores terceirizados que colaboram com o seu funcionamento.
Tive condições de ajudar nesse processo e isso me dá especial satisfação.
Nesta eleição, passados oito anos, ganhamos a condição de dar continuidade a esse processo. E, mais, de assegurar o resgate moral do Distrito Federal, elegendo um governo também comprometido com os segmentos majoritários de sua população.
Não poderia deixar de manifestar o entendimento de que essas conquistas têm nomes. Para aprofundar as mudanças em nível nacional, é preciso eleger Dilma Rousseff, a principal auxiliar de Lula e nossa ex-Ministra Chefe da Casa Civil. Para retomar a trajetória progressista do Distrito Federal e extirpar a prática da corrupção em seu governo, é indispensável eleger Agnelo Queiroz.
Mas é preciso dizer que ambos dependem, para governar, do apoio de senadores e deputados federais. No caso de Agnelo, também de uma bancada progressista e ética de deputados distritais. Se Você quiser que, além de ganhar a eleição, Dilma e Agnelo tenham condições de governar e colocar o governo a serviço do povo, escolha candidatos que apóiam suas candidaturas.
Não é difícil conferir. Veja os dois primeiros algarismos dos números deles.
Para deputado federal, dá pra confiar nos que começam por 13 (PT), 10 (PRB), 12 (PDT), 15 (PMDB), 19 (PTN), 36 (PTC), 20 (PSC), 22 (PR), 10 (PRB), (PHS), 40 (PSB) e 65 (PCdoB). Para deputado distrital, somente nos que começam com 13 (PT), 10 (PRB), 12 (PDT), 40 (PSB), 44 (PRP) e 65 (PCdoB).
Cuidado porque há outros partidos que apóiam Agnelo, mas alguns de seus candidatos bandearam-se para a turma de Roriz: 14 (PTB), 15 (PMDB) e 36 (PTC).
Eu escolhi nomes com tradição de luta pela democracia, pelos interesses populares, pelo fortalecimento do serviço público e por princípios éticos na administração pública. Para quem aceitar sugestões minhas, digo que dá pra votar nesses sem susto:

Presidente: Dilma - 13
Governador: Agnelo - 13
Senadores: Cristovam - 123 e Rollemberg - 400
Deputada Federal Érika - 1331
Deputada Distrital Arlete - 13113.

Grato,

Fernando Tolentino

ATENÇÃO: A edição impressa da Folha de São Paulo publicou também os esclarecimentos que ofereci à Repórter Simone Iglesias.

Veja a seguir:

OUTRO LADO

TOLENTINO NEGA TER DISTRIBUÍDO CARTA A TODOS
De Brasília

Diretor-geral da Imprensa Nacional desde fevereiro de 2003, Fernando Tolentino confirmou a autoria da carta mas negou que a tenha distribuído a todos os funcionários do órgão.

“Fiz a entrega a alguns amigos aqui dentro. Pode ser que alguém tenha passado para a frente, não sei.” Servidor de carreira do Legislativo do DF, foi cedido para a estatal no começo do governo.

Tolentino afirmou que não digitou a carta em seu gabinete, mas em casa, e que fez as cópias em uma loja próxima à sede da Imprensa Nacional, ao custo de R$ 0,07 cada carta.

Ele afirmou que pediu “entre 50 e 100” cópias, e que acredita que a distribuição do documento aos “amigos” não constitui crime eleitoral. Disse entender que manifestação pessoal é “liberada”.

“O que não pode fazer é manifestação institucional e uso institucional. Isso tenho consciência porque fui advertido pela Secom.”

2 comentários:

  1. É lamentável que com tantos crimes graves - como a situação e cinismo do próprio Roriz - para citar apenas situações na nossa capital, a Folha se preocupe em estar esmiuçando situações para difamar pesssoas idôneas. Mais uma vez mostra que não é um veículo de informação sério, ao contrário, corrompível e partidário.

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  2. A Folha acha que foi esperta, mas o tiro sairá pela culatra assim que os seus editores virem o resultado nas urnas amanhã. Perceberão que ajudaram a divulgar um dos melhores textos já escritos sobre eleições de uma pessoa lúcida que sabe ser cidadão e não deixa de expressar suas opiniões com medo de retaliações quaisquer. Alguém que ajudou a construir esta mudança no País e que tem propriedade pra se manifestar. Parabéns pelo texto e pela coragem!

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