OU GANHAMOS A COPA QUE PERDEMOS
Há quem confunda a
seleção com o Brasil, o País, a Nação. Houve cenas malucas de gente queimando a
bandeira! Tipo de gente que vaiaria o hino do Chile antes de ter a notícia de
um resultado negativo.
Ou quem misture seleção
e governo. Esses são os mesmos aproveitadores que, ao apostar na incapacidade
nacional de se preparar para a Copa, no seu insucesso, fez de conta que os
esforços (inclusive os recursos) não seriam coletivos e jogou a população contra
o governo federal. Não quis dizer que estádios seriam construídos (e foram) por
instituições privadas, como Corinthians, Atlético e Internacional, e governos,
entre eles os de estados governados por PMDB, PSDB, PT, PSB. O governo Dilma
deu o apoio, com financiamento (eu disse financiamento!) do BNDES. Quando um
viaduto caiu, em obra contratada, administrada e fiscalizada por Prefeitura
ligada ao PSB (de prefeito que tem problemas com seu partido porque apoia o
PSDB), essa gente quis vincular a obra ao governo federal!
Pessoas tão justamente
revoltadas quanto desprovidas de consciência seguem uns e outros
aproveitadores. São pessoas que xingaram a presidenta na abertura da Copa,
vaiaram o hino do Chile e, ontem, promoveram baderna ou esmurraram um cidadão alemão,
levando-o à surdez!
Chegou a hora de abrir
os olhos e pôr a cabeça em funcionamento. O futebol brasileiro precisa
urgentemente de uma reestruturação. A verdade e o futuro estão muito mais
próximos do BOM SENSO FUTEBOL CLUBE, do que da corrupta e viciada CBF e seus
interesses econômicos nefastos. Inclusive os que obrigam os torcedores
brasileiros a acompanhar o futebol por uma única rede de TV ou proíbem de
acompanhar os que querem ver jogos que ela decide não transmitir.
Desastres acontecem
sim. Principalmente com um time limitado, sem brilho, pouco treinado e que os
interesses publicitários transformam em refém de um único atleta.
É preciso identificar o
problema onde ele está.
Meus parabéns aos que
conseguiram preparar um espetáculo grandioso. Novos e lindos estádios sim, não
menos que 12. Novas vias de acesso a esses estádios e outras para melhorar a
circulação nas cidades. Não mais que algumas, carentes de conclusão das obras,
mas todas para permanecerem após a Copa, servindo diariamente às populações.
Construção de quantidade de hotéis que tornou o serviço suficiente para atender
milhares de turistas nacionais e estrangeiros que circularam pelo Brasil nesses
dias. Treinamento de trabalhadores e prestadores de serviço, inclusive em
línguas estrangeiras. Jamais esquecer que todo esse esforço foi além das
cidades-sedes, pois várias outras se prepararam para abrigar seleções
estrangeiras, inclusive com campos de treinamento, ou para receberem levas
enormes de turistas que aproveitaram para conhecer (e amar) o Brasil.
Só os tolos são capazes
de imaginar que tudo isso foi obra apenas do governo federal. Ele coordenou o
processo e forneceu financiamento, méritos que não dá pra negar. Mas isso
envolveu iniciativa privada, governos estaduais e municipais, com a sopa de
letrinhas dos partidos que governam esses estados e municípios.
Um destaque especial
para as polícias. Cadê as badernas? As agitações e depredações? Estatísticas
vão acabar revelando que os índices de criminalidade reduziram-se durante as
Copas. São esporádicos os casos de turistas com histórias negativas de
insegurança. Comparáveis aos casos dos garis que encontraram e devolveram o
ingresso de um jogo, de gratidão de mexicanos que receberam de volta os
ingressos esquecidos em um táxi ou de uma mulher que conseguiu reaver os
dólares encontrados por uma brasileira, por sinal desempregada. Duas mortes de
visitantes: a vice-presidente da coca-cola japonesa encontrada sem vida no
quarto de hotel, vítima de um AVC; um alemão que não conseguiu se impor à força
do mar e morreu afogado.
Por último, nossa
polícia ganhou a admiração e o respeito de todo o mundo também por conseguir
desbaratar esquema de corrupção que passou livremente pela África do Sul, pela
Coreia do Sul, pelo Japão, pela Alemanha e pela França.
Outro destaque é o
nosso povo. Do jeito que ele é. Acolhedor, simpático, prestativo, de uma
alegria contagiante e a cultura e a beleza proporcionadas pela,miscigenação de
praticamente todas as raças do universo.
A infraestrutura, a
demonstração da capacidade de prestação de serviços adequados, ao lado de
nossas belezas naturais, nosso clima e nosso povo serão os grandes vitoriosos
dessa Copa. Uma vitória que permanecerá, com melhores serviços para os
brasileiros e a atração, daqui para a frente, de multidões de turistas
estrangeiros. Da mesma forma que se deu em todos os países que realizaram
Copas, mas com muito maior intensidade, pois somos maiores, mas receptivos e
mais belos.
Que pena! Perdemos no
futebol. Justamente onde imaginávamos ser imbatíveis.
Fernando Tolentino
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