Chegado
aos 30 anos, Lindolfo é um militante do Partido dos Trabalhadores. Um humilde
militante de uma dessas áreas incorporadas irregularmente às cidades satélites
de Brasília. Alguém ocupou, loteou e vendeu os terrenos para pessoas carentes
como o pai de Lindolfo. O governo fingiu que não viu.
Companheiros
de militância de Lindolfo, vizinhos e amigos de bar e pelada de Lindolfo até
hoje lembram um momento glorioso de Lindolfo, já distante 12 anos. Rapaz
troncudo, alto, esperto, militante aplicado, presente em tudo quanto era
atividade do Partido, foi convocado para uma tarefa diferente. Lula viria para
um comício em sua cidade. A disputa com José Serra, do PSDB, estava
apertadíssima, mas o PT via chance concreta de ganhar, enfim, a eleição para presidente
da República.
Lindolfo
estaria no grupo encarregado da segurança de Lula. Os líderes do PT temiam até
um atentado. Foi recomendada máxima discrição aos seis militantes, que deveriam
estar perto de Lula e atentos a cada gesto de quem se aproximasse. O trabalho
seria ainda mais difícil porque, para Lula, o contato com seus eleitores era
fundamental.
Tudo
perfeito. O carro com Lula e Magela, candidato a governador, chegou de
surpresa, eles desceram rapidamente e o grupo de segurança ocupou lugar
estratégica perto dos dois. Na volta, também não houve dificuldade para conter
a pressão e o entusiasmo das pessoas.
O
primeiro contato de Lindolfo com a política fora aos 10 anos, levado pelo pai
para agitar bandeiras vermelhas do PT em horários de trânsito intenso da sua
cidade. Para cumprir a tarefa, o pai atrasava a chegada à obra que empreitara ali
perto. Avisara à dona da casa que a agitação era importante para a virada
contra Fernando Henrique. Quando a virada não veio, Lindolfo viu o pai chorar. Explicou:
via frustrada a segunda chance de o Brasil ter um presidente operário como seu
pai.
Quatro
anos depois, nova disputa com Fernando Henrique e Lindolfo já conhecia vários
militantes. Participou de todas as atividades de sua cidade, sempre com a
camiseta da campanha que o pai lhe dera. Chegou a apertar a mão de Arlete, além
de vários candidatos a deputado e esteve no comício de Lula. A vibração durante
os discursos de Lula contagiava Lindolfo. Era um banho de esperança.
Pois
agora Lula seria o presidente do Brasil, o primeiro saído da classe operária,
como queria seu pai. Foi à Esplanada e viu Lula seguindo para a posse. Mal podia
crer. Desta vez, foi ele que chorou. Como via chorar tanta gente perto dele e
sabia que faziam milhões de brasileiros.
Seus
amigos vibravam junto com ele. Tratavam Lindolfo como se fosse quase um amigo
de Lula, perguntavam repetidamente sobre o dia em que estiveram juntos, se
haviam conversado, como era ele de perto. Lindolfo dizia que fora rápido, não
podia vacilar, mas era tanta a empolgação dos amigos que não assumia sequer ter
apertado a mão de Lula. Na verdade, ao entrar no carro, viu ele acenar para os
militantes e agradecer: “Muito bom, companheiros”.
Aquela
eleição de Lula tinha sido muito discutida no Partido. Havia quem questionasse
a aliança com partidos conservadores, um empresário como vice, os acordos que
teriam sido feitos. Não faltavam suspeitas de que não seria um governo realmente
do PT. Do outro lado, ponderava-se ser preciso ter perspectiva concreta de
vitória. Lideranças do PT – entre elas José Dirceu e José Genoíno – defendiam ser
necessária uma aliança mais ampla para enfrentar a difícil situação deixada por
Fernando Henrique. Garantiam que fora vasculhada a história de José de Alencar
e suas empresas, nada se encontrando que o desabonasse.
Esse
debate continuou após a posse, intensificada a pressão no Partido para Lula
radicalizar as suas primeiras medidas. Participou de várias reuniões em que o
tema foi exaustivamente tratado. Ficou impressionado com a capacidade de
argumentação de Genoíno em um desses encontros. Tanto durante sua exposição
como diante dos questionamentos após o final. Era um homem de conversa fácil.
Lindolfo
chorou pela segunda vez quando estourou a notícia do chamado mensalão. Via
petistas revoltados esse envergonhava com aquilo. Outro debate com Genoíno e
saiu com a certeza de que o PT cedera aos instrumentos comuns aos demais
partidos, que seria única alternativa para um enfrentamento em pé de igualdade.
Ao
ver a condenação dos companheiros, serem desqualificados como corruptos, depois
acompanhar a prisão deles, Lindolfo não se conformou. Curso de vigilante concluído
há pouco tempo, ainda na expectativa de um emprego, Lindolfo revoltou-se ao ver
as multas enormes aplicadas pela Justiça. Como Genoíno pagaria aquilo? De onde
tiraria o dinheiro? E Delúbio? Nem mesmo Zé Dirceu ou João Paulo. Lindolfo não
tinha muito para ajudar, mas não ficaria de fora. Foi a uma agência da Caixa e
depositou vinte reais para Genoíno. Isso daria para fazer com todos.
O
ministro Gilmar Mendes não entende de Lindolfo. A grande mídia brasileira não
conhece Lindolfo. Nada sabem de militantes do PT. Dos novos, que se empolgaram
com o PT dirigindo três governos e provocando mudanças concretas na sociedade.
Dos que se engajaram, como Lindolfo, nas várias campanhas de Lula. Dos que
trazem uma história pessoal de resistência à ditadura, de luta pela construção
do socialismo ou por conquistas sociais para os trabalhadores e marginalizados.
Ao
contrário do que tentam passar para a sociedade, como uma manobra que cheira a
desespero pré-eleitoral, militante do PT não entende de lavanderia. Disso
entendem não poucos empresários e outros endinheirados que têm se beneficiado
com a omissão ou a ação do Judiciário, inclusive o STF.
Essa
gente não faz a menor ideia do que seja militância. Eu contribuí, como milhares
de lindolfos, e vou continuar contribuindo para o pagamento das multas de Zé
Dirceu e João Paulo. Junto com os petistas, centenas de brasileiros
comprometidos com o futuro do País. Eu contribuo por entender que os
companheiros não são criminosos, não são corruptos e estão sendo condenados por
suas lutas. E, mais, pelo sucesso de suas lutas. Por permitirem que o Brasil
tivesse três governos de real transformação social, de inclusão de milhões de
brasileiros. Por ajudarem a abrir as portas para outros governos com idênticos
compromissos.
Eles
já fizeram muito pelo Brasil. A multa é por nossa conta.
Publico
os meus comprovantes e publicarei os dos depósitos que virão por aí.
Fernando
Tolentino
(O
personagem Lindolfo é o retrato de centenas de militantes do PT – ou somente de
brasileiros satisfeitos com o caminho aberto desde a chegada de Lula ao
governo, em 2003)
2ª Via - Comprovante de transferência entre contas
da CAIXA - TEV
Via
Internet Banking CAIXA
Emitente:
|
FERNANDO
TOLENTINO S VIEIRA
|
Conta
origem:
|
2733 /
001 / 00001313-6
|
Conta
destino:
|
0269 /
013 / 00022277-7
|
Nome
destinatário:
|
JOSE
GENOINO NETO
|
Quantidade
de vezes:
|
|
Valor:
|
R$
300,32
|
Identificação
da operação:
|
CONTRIBUICAO
PARA MULTA
|
Data de
débito:
|
09/01/2014
|
Data/hora
da operação:
|
09/01/2014
|
Código
da operação:
|
00250259
|
Chave
de segurança:
|
AVU04AGLGQAGA8CJ
|
"Quando
a data de débito coincidir com dia não útil e/ou com o último dia útil do ano,
a transferência será feita no primeiro dia útil subsequente."
Operação realizada com sucesso conforme as
informações fornecidas pelo cliente.
SAC CAIXA: 0800 726 0101
Pessoas com deficiência auditiva: 0800 726 2492
Ouvidoria: 0800 725 7474
Help Desk CAIXA: 0800 726 0104
2ª Via - Comprovante de transferência entre contas
da CAIXA - TEV
Via
Internet Banking CAIXA
Emitente:
|
FERNANDO
TOLENTINO S VIEIRA
|
Conta
origem:
|
2733 /
001 / 00001313-6
|
Conta
destino:
|
4072 /
013 / 00027518-8
|
Nome
destinatário:
|
DELUBIO
SOARES DE CASTRO
|
Quantidade
de vezes:
|
|
Valor:
|
R$
300,00
|
Identificação
da operação:
|
FERNANDO
TOLENTINO DE SOU
|
Data de
débito:
|
24/01/2014
|
Data/hora
da operação:
|
24/01/2014
|
Código
da operação:
|
00160577
|
Chave
de segurança:
|
E8X12JH065MZE2Y1
|
"Quando
a data de débito coincidir com dia não útil e/ou com o último dia útil do ano,
a transferência será feita no primeiro dia útil subsequente."
Operação realizada com sucesso conforme as
informações fornecidas pelo cliente.
SAC CAIXA: 0800 726 0101
Pessoas com deficiência auditiva: 0800 726 2492
Ouvidoria: 0800 725 7474
Help Desk CAIXA: 0800 726 0104
Por que o réu confesso Roberto Jefferson foi preso com o atraso de mais de 3 meses ? Porque um gambá cheira o outro. Eles são 100% da direita e todo mundo sabe que diante da impossibilidade de chegarem ao poder central por meios pacíficos, as oposições (parte da mídia, do judiciário, do parlamento e latifúndio) desejam que a Venezuela e o Brasil sofram o mesmo triste destino do Iraque e da Líbia, pois só assim a direita local conseguiria “governar” juntamente com a Casa Branca, ou casa grande, tanto faz. Meio século depois, no Brasil, a ditadura ainda ameaça. Nicolás Maduro e Dilma Rousseff precisam manter os olhos bem abertos !
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http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com.br/2014/02/joaquim-barbosa-passou-19-anos-no-mpf.html
Dá a nítida impressão de que Jefferson foi mantido solto apenas para evidenciar o poder de Joaquim Barbosa. Quer dizer, deixar claro que faz o que quer em matéria judicial.
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